"O Livro dos Médiuns”
Capítulo VI
Manifestações Visuais
12. Aquele que vê um Espírito poderia conversar com ele?
—
Perfeitamente. E é justamente o que se deve fazer nesse caso,
perguntando quem é o Espírito, o que deseja e o que se pode fazer por
ele. Se o Espírito for infeliz e sofredor, o testemunho de comiseração o
aliviará. Se for um Espírito benévolo, pode acontecer que tenha a
intenção de dar bons conselhos.
Capítulo VI
Ensaio Teórico Sobre as Aparições
102. As aparições propriamente ditas ocorrem no estado de vigília, no pleno gozo e completa liberdade das faculdades da pessoa. Apresentam-se
geralmente com uma forma vaporosa e diáfana, algumas vezes vaga e
indecisa. Quase sempre, a princípio, é um clarão esbranquiçado, cujos
contornos vão se desenhando aos poucos. De outras vezes as formas são
claramente acentuadas, distinguindo-se os menores traços do rosto, a
ponto de se poder descreverias com precisão. As maneiras, o aspecto, são
semelhantes aos do Espírito quando encarnado.
Podendo tomar todas as aparências, o Espírito se apresenta com aquela que melhor o possa identificar, se for esse o seu desejo. Assim,
embora não tenha, como Espírito, nenhum defeito corporal, ele se mostra
estropiado, coxo, corcunda, ferido, com cicatrizes, se isso for
necessário para identificá-lo. Esopo, por exemplo, não é disforme como
Espírito, mas se o evocarmos como Esopo, por mais existências
posteriores que tenha tido, aparecerá feio e corcunda, com seus trajes
tradicionais. Uma particularidade a notar é que, exceto em
circunstâncias especiais, as partes menos precisas da aparição são os
membros inferiores, enquanto a cabeça, o tronco, os braços e as mãos
aparecem nitidamente. Assim, não os vemos quase nunca andar, mas
deslizar como sombras. Quanto às vestes, ordinariamente se constituem de
um planejamento que termina em longas pregas flutuantes. São essas, em
resumo, acrescentadas por uma cabeleira ondulante e graciosa, as
características da aparência dos Espíritos que nada conservam da vida
terrena. Mas os Espíritos comuns, das pessoas que conhecemos, vestem-se
geralmente como o faziam nos últimos dias de sua existência.
Há
os que muitas vezes se apresentam com símbolos da sua elevação, como
uma auréola ou asas, pelo que são considerados anjos. Outros carregam
instrumentos que lembram suas atividades terrenas: assim um guerreiro
poderá aparecer com uma armadura, um sábio com seus livros, um assassino
com seu punhal, e assim por diante. Os Espíritos superiores apresentam
uma figura bela, nobre e serena. Os mais inferiores têm algo de feroz e
bestial, e algumas vezes ainda trazem os vestígios dos crimes que
cometeram ou dos suplícios que sofreram.
O problema das vestes e dos objetos acessórios é talvez o mais
intrigante. Voltaremos a tratar disso num capítulo especial, porque ele
se liga a outras questões muito importantes.
Teoria das manifestações físicas
Trecho da Revista Espírita, maio de 1858.
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